Um influenciador digital de Itu (SP), Gustavo Brito, registrou um boletim de ocorrência na última segunda-feira (9) após uma de suas seguidoras ser alvo de ataques com teor racista e apologia ao nazismo. O caso ganhou repercussão depois que Gustavo expôs as mensagens ofensivas recebidas pela seguidora, que havia republicado um vídeo dele sobre violência policial.
Detalhes do ataque
A seguidora, que pediu para não ser identificada, recebeu mensagens de um agressor que incluíam frases como “Viva o Bolsonaro que dizimava negros” e um áudio com saudações nazistas. O homem ainda proferiu comentários depreciativos sobre questões raciais, dizendo que “quem é preto que se f*da”.
Ao tomar conhecimento das mensagens, Gustavo compilou os ataques em um vídeo e os divulgou em suas redes sociais. Após a publicação, o agressor tentou justificar os ataques, dizendo que eram “brincadeiras” e acusou a vítima de distorcer o contexto. Em áudio o acusado de racismo afirmou ter falado “aquele trem lá, zoando. Não falei sério. Você sabe que eu falei brincando e você explanou. Mas beleza, velho, não fiz isso pra te ferir, nem nada, e você quis me explanar, só mostrou o que era conivente a você e aí fez isso (sic)”.
Impacto na vítima
A mulher, negra, relatou que inicialmente não acreditou na gravidade das ofensas, mas, ao perceber o teor das mensagens, sentiu-se profundamente atingida. “Eu sempre luto contra o racismo e tento conscientizar as pessoas, mas ele falou tudo aquilo com a certeza da impunidade. Foi devastador perceber o impacto das palavras dele,” desabafou.
Identificação e repercussão
Após a exposição do caso, internautas identificaram o agressor como estudante da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). A instituição divulgou uma nota de repúdio, informando que recebeu a denúncia e está investigando o caso. A Unemat destacou que protegerá a identidade dos envolvidos enquanto as apurações estiverem em curso.
Entretanto, o influenciador Gustavo Brito também compartilhou relatos de outros estudantes que afirmaram ter sofrido episódios de racismo e homofobia na universidade, alegando falta de ação efetiva por parte da instituição.
Medidas legais
Gustavo registrou o boletim de ocorrência na Delegacia Eletrônica do Estado de São Paulo, na seção de diversidade e intolerância. O caso aguarda validação para ser investigado pela Polícia Civil.
Reação nas redes sociais
A divulgação do caso gerou indignação entre os internautas, que cobraram mais responsabilidade da universidade e punição ao agressor. Comentários como “Do que mais vocês precisam?” e “Já deixaram passar vários casos sem agir?” refletem o descontentamento com a falta de ações efetivas contra situações semelhantes.